Na última sexta, 10 de março, as autoridades norte-americanas anunciaram o encerramento das atividades do Silicon Valley Bank (SVB), banco conhecido por ser um dos principais financiadores de startups, interferindo nos negócios do mundo inteiro.
Rumores de que o banco estaria em apuros levaram milhares de clientes do SVB a tentar tirar o dinheiro da instituição de uma só vez. Assim, mesmo com US$ 200 bilhões em ativos a segunda maior falência da história do setor bancário dos Estados Unidos foi inevitável.
Ao longo do final de semana as informações e os prejuízos foram se multiplicando movimentando e preocupando o mercado. Considerado um dos 20 maiores bancos americanos, o SVB tem como metade dos clientes empresas de tecnologia dos Estados Unidos e grande parte delas utilizava o banco como o único agente financeiro.
Para proteger mais de 30 mil empresas que poderiam não ter dinheiro suficiente para pagar funcionários, fornecedores ou até continuar suas operações sem ter acesso ao dinheiro que estava depositado no SVB. Ontem à noite, o governo americano, em um movimento extraordinário, disse que os clientes do falido SVB terão acesso a todo o dinheiro que guardaram com a instituição, mesmo que a quantia exceda o limite mínimo de US$ 250.000 garantido pelo FDIC.
A medida é um alívio para o setor de tecnologia, que já vem sofrendo bastante nos últimos meses, e mostra como a implosão de um único agente poderia ter se transformado rapidamente em um efeito dominó mundial, já que o setor bancário é baseado em confiança.
Instituições financeiras brasileiras como o caso do Nubank, tiveram que se manifestar negando qualquer exposição ao banco do Vale do Silício, depois que clientes começaram a questionar, pois, embora um contágio mais amplo seja improvável, bancos menores que estão desproporcionalmente vinculados a setores sem dinheiro, como tecnologia e criptomoeda, podem enfrentar dificuldades.
Fundado em 1983, o SVB se especializou em serviços bancários para startups de tecnologia. Forneceu financiamento para quase metade das empresas americanas de tecnologia e saúde apoiadas por capital de risco.