Diante de uma dívida financeira de R$ 20 bilhões, sendo R$ 3 bilhões vencendo a curto prazo, a Gol, empresa aérea brasileira sediada no Rio de Janeiro, deve entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos antes do final de janeiro.
A empresa está em discussões com seus stakeholders financeiros sobre diversas opções que tragam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar as operações. Todas as ações visam posicionar a Gol para o sucesso de longo prazo, e proporcionar que a companhia siga atuando normalmente.
De acordo com os administradores da empresa o foco da Gol está sempre na confiabilidade de suas operações e em proporcionar a melhor experiência de viagem aos seus clientes. Ao mesmo tempo, a companhia continua seus esforços anunciados anteriormente para melhorar a lucratividade e fortalecer seu balanço.
Com esse intuito decidiu seguir o mesmo caminho da concorrente Latam, que passou por recuperação judicial em 2020 depois de ingressar com pedido no Tribunal de Falências de Nova York, nos EUA, onde a empresa acredita ter mais garantias no capítulo 11 da lei de falências norte americanas
As companhias aéreas reestruturaram suas operações para se segurar após o baque da pandemia, cada uma à sua maneira. Como resultado, as três principais empresas que operam no mercado brasileiro conseguiram reduzir o prejuízo entre 2021 e 2022. No entanto, a redução do rombo da Gol foi menor que das demais e voltou ao prejuízo no terceiro trimestre de 2023 após ter recolocado as operações no positivo no final de 2022.
De acordo com especialistas que emitiram opiniões sobre o caso, independentemente da dificuldade financeira e do grau de endividamento da companhia, esse processo não deve comprometer as entregas. O risco de um cliente comprar uma passagem aérea da Gol e não conseguir fazer a viagem é consideravelmente baixo.
Ao contrário da Latam, a Gol não tem uma presença tão forte nos EUA o que pode comprometer a justificativa do pedido. Neste caso, será necessário abrir essa recuperação judicial no Brasil.