Em andamento desde maio de 2015, a Lupatech (Pupa 3) pediu à 1ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais de São Paulo, o encerramento de seu processo. Para justificar a solicitação, defende que cumpriu as obrigações que constavam no seu plano de recuperação judicial e que já conta com pareceres favoráveis do Ministério Público e do administrador judicial para encerrar a RJ.
A empresa nasceu em 1980, quando foi fundada a Microinox, produtora de componentes para válvulas industriais produzidos a partir do processo de fundição de precisão. Com o crescimento do mercado e com aquisições nas décadas de 1990 e 2000, a companhia tornou-se a maior fabricante da América Latina de válvulas para a indústria de óleo e gás e outros setores industriais.
Uma das mais impactadas pela operação Lava Jato, apesar de não ter sido acusada pelas investigações, ela tinha como seu principal cliente a Petrobras com quase 90% do seu faturamento vindo da estatal. Em meio aos escândalos, a Lupatech, que chegou a valer mais de R$ 1 bilhão em 2008, foi desvalorizando, acompanhando a queda da sua receita em meio à crise da petroleira.
A empresa, no entanto, já estava em dificuldades antes mesmo da descoberta do chamado “Petrolão”. Pouco antes de entrar com pedido de recuperação judicial, a Lupatech havia reestruturado a sua grande dívida, que na época ultrapassava R$ 1 bilhão. A crise desencadeada no setor pela Lava Jato foi apenas a gota d’água. As dificuldades financeiras da companhia decorriam de um plano de expansão que não teve o resultado previsto.
Em seu plano de RJ, também destacou que foi afetada pela crise de 2008, quando, entre 2006 e 2010 em meio ao crédito farto e taxas de juros baixas antes do estouro dos subprimes, a empresa fez 17 aquisições prevendo que as descobertas do pré-sal impulsionariam a demanda da Petrobras por seus equipamentos.
No entanto, a queda nos preços do petróleo reduziu as encomendas da estatal, afetando duramente a receita da Lupatech, que então já se encontrava fortemente endividada após tantas aquisições.
No Brasil, foram 1.800 demissões, e a empresa também vendeu operações na Colômbia e na Argentina. Posteriormente, enfrentou ainda dificuldades por conta da pandemia da Covid-19, que arrastou a RJ por mais tempo do que o esperado.
Atualmente o conglomerado Lupa3 tem um patrimônio líquido de R$ 145 milhões e espera chegar a uma receita líquida de R$ 550 milhões entre 2024 e 2026.
Com a notícia do encerramento da RJ, as ações do grupo já subiram quase 20%.
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