A marca que calçou uma geração corre o risco de desaparecer. A Dok Calçados, detentora da marca Ortopé, desde 2020 pediu recuperação judicial e está sob acusação de fraude.
Fundada em 1950, a indústria gramadense acompanhou a infância de muitos gaúchos que guardam até hoje na memória a “musiquinha”, jingle que embalava os super produzidos comerciais de TV. Depois da falência em 2000, a marca foi arrematada pelo grupo Paquetá em 2007, até, por fim, ser adquirida pela Dok.
A empresa que já estava sob investigação do Ministério Público de São Paulo por emissão de duplicatas frias de fundos de investimentos e antecipação de recebíveis identificadas em dezembro passado, teve seu pedido de recuperação judicial aceito este mês. A fraude foi identificada por grandes varejistas que trabalham as marcas produzidas pela Dok.
Um pedido de falência foi protocolado dia 18 de janeiro na justiça de Birigui, cidade sede da Dok, pela Evolut Fundo de Investimento que informou que a empresa tem dívidas de 400 milhões de reais com 90 instituições financeiras. Mas, a Justiça de Sergipe aceitou nesta sexta-feira, 10 de fevereiro, o pedido de recuperação judicial.
O grupo produz calçados para grandes marcas como Arezzo, Bata e Puma e distribui para grandes redes varejistas brasileiras do mercado da moda, como Renner e C&A. A empresa emprega 2,5 mil trabalhadores diretamente. Demitiu em janeiro 313 funcionários de uma das fábricas, que estava em operação desde 2004 e também fechou uma fábrica em Salgado, em Sergipe que resultou na demissão de 187 funcionários do local.
Outra marca do Rio Grande do Sul que está sujeita ao esquecimento é a Dijean, criada pela Azalea, de Parobé (Azalea Vulcabras) e adquirida em 2019 pela Dok.