Foi deferido pela Vara Regional Empresarial de Caxias do Sul, no dia 30 de julho pedido de recuperação judicial interposto pelo Grupo Fasolo.
Fundada em 1917 como curtume e fábrica de chinelos, se consolidou no mercado nacional. Em 1970 começou a exportar e tornou-se uma das maiores produtoras de artefatos de couros do país.
O grupo é composto pelas empresas Fasolo Artefatos de Couro, Novapelli Indústria Comércio Importação e Exportação Ltda., Glufasa S/A Indústria e Comércio, Roma Importação, Comércio e Exportação de Acessórios de Moda e Sul Arno Criações e Acessórios e atualmente gera 200 postos de empregos diretos, além de outros tantos indiretos, o que reafirma a sua relevância no cenário econômico de Bento Gonçalves.
A decisão vem em resposta à tutela cautelar em caráter de urgência e posterior pedido de RJ protocolados em junho passado, com a alegação de que o processo é a única forma de negociar com credores de forma organizada e em ambiente protegido, permitindo a manutenção das atividades e empregos. O pedido inicial solicitava a suspensão das execuções e ações movidas contra cada uma das empresas pelo prazo de 30 dias.
As empresas alegam que atual situação do grupo é resultado de uma sequência de eventos que iniciou com a crise do setor coureiro do Rio Grande do Sul provocada pela concorrência externa de países como China, Índia e Taiwan que se agravou a partir da década de 90. Este quadro teve sério agravamento com a pandemia de 2020, seguida da crise do comércio varejista do ano passado.
Esses fatos aumentaram a utilização do mercado financeiro alternativo elevando o endividamento, devido à altas taxas de juros, chegando a um montante de aproximadamente R$ 160 milhões na data do pedido.
A empresa já havia iniciado um processo interno de reestruturação para equalizar, reduzir custos e pagar seus passivos, porém com as enchentes enfrentadas pelo RS em maio passado, o cenário econômico da Fasolo se tornou insustentável, quando provocaram a parada temporária da produção, impediram o escoamento da produção, além da inadimplência por parte dos clientes gaúchos e retração nas vendas.
O pedido de recuperação judicial foi deferido diante das empresas estarem sofrendo diversos protestos e sendo demandadas em diversas ações de execuções, inclusive com penhora de valores nas suas contas bancárias e expropriação de execuções, inclusive com penhora de valores nas suas contas bancárias e expropriação de seus bens. Foi também ajuizada ação de falência contra a empresa Novapelli, por parte do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios da Indústria Exodus Institucional.
A estratégia, segundo o advogado, será renegociar dívidas e levantar capital, especialmente com venda de imóveis ociosos. Com mais de 8 mil pontos de vendas espalhados pelo Brasil e exportando para países como Estados Unidos, Nova Zelândia, África do Sul e diversos países das América Latina, projeta um lucro líquido na casa de 3 milhões até o final de 2024. Até o momento, não há a intenção de buscar crédito.