A empresa WeWork, que se propôs revolucionar o mercado imobiliário de escritórios, deu entrada com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A empresa acumulou uma dívida de US$ 13 bilhões após a pandemia e a baixa ocupação de seus escritórios com a popularização do trabalho home office.
Uma das propostas para a manutenção das atividades foi transformar os cerca de US$ 3 bilhões em empréstimos em participação acionária. A capacitação de mercado da empresa caiu para apenas US$ 40 milhões e espera-se que os acionistas existentes tenham suas ações canceladas com o pedido. Seus títulos estão sendo negociados a preços muito baixos.
O setor imobiliário foi estremecido pelo pedido de recuperação judicial da WeWork, uma vez que a empresa dispões de mais de 700 espaços ao redor do mundo, com mais de 3,7 milhões de metros quadrados disponíveis para aluguel, sendo cerca de metade disso localizada nos EUA e Canadá.
No Brasil a companhia conta com 32 imóveis próprios em 8 cidades brasileiras, onde as operações seguem normalmente.
A WeWork foi fundada em 2010 e logo se tornou a queridinha dos investidores. Nasceu com a estratégia de alugar prédios inteiros e sublocar salas e meses para quem não poderia pagar o aluguel de um espaço só seu. O Soft Bank chegou a investir US$ 10 bilhões na startup ao longo dos anos. Abriu o seu capital em 2021 por meio de uma fusão com uma empresa de aquisição de propósito específico (Spac) com uma avaliação empresarial de US$ 9 bilhões. Na época, a empresa projetou que até 2024 poderia obter US$ 2 bilhões em lucro operacional em dinheiro.
A empresa anunciou um plano para tentar uma recuperação. Em um comunicado ao mercado, a WeWork anunciou um plano para os próximos 12 meses, com redução das despesas com aluguel, limite de gastos, aumento da receita e busca de capital adicional por meio da venda de títulos da dívida ou venda de ativos.