Lançada há apenas algumas horas a nova rede social de Mark Zuckerberg já arrebanhou mais de 30 milhões de usuários e fez com que as ações da Meta fechassem o pregão de quarta-feira com uma alta de quase 3% em Nova York e avançasse mais 1,7% após o horário regular de negociação. Isso tudo sem ao menos ter chegado a União Européia onde depende de questões regulatórias para começar a operar.
A rede social Threads, criada pela Meta, empresa dona do Instagram e do Facebook tem o objetivo de competir com o Twitter, criado em 2006, com layout e funcionamento bem parecidos. E já no seu lançamento fez com que usuários do aplicativo de Elon Musk publicassem centenas de memes com hashtags como “Adeus Twitter” e “RIP Twitter”.
O Threads chega em um momento em que a empresa de Musk enfrenta perdas de anunciantes, crises e críticas de usuários, como as relacionadas a decisão de impor um limite de 600 publicações diárias.
Ao mesmo tempo, também no fim de semana, surgiu a informação de que o Twitter não havia honrado compromissos atrasados com a Alphabet (GOOGL; GOGL34), outra das big techs, pelo uso do serviço de armazenamento Google Cloud. Os pagamentos foram retomados por determinação da nova CEO do Twitter, Linda Taccarino, nomeada meses atrás por Musk, e permitiu que a plataforma normalizasse o acesso a todos os usuários.
Outra decisão polêmica dos últimos dias foi o anúncio de que o TweetDeck, ferramenta da rede social com recursos adicionais de monitoramento geralmente usada por empresas e usuários que movimentam mais de uma conta, será restrito aos perfis verificados a partir de agosto.
A gigante das redes sociais espera utilizar sua vasta base de usuários e experiência em publicidade para monetizar a nova plataforma. O funcionamento da Threads é bastante similar ao Twitter: ela se baseia em postagens de texto com até 500 caracteres. Os usuários ainda podem incluir fotos e vídeos de até 5 minutos, mas o novo app deve passar ainda por algumas mudanças e melhorias para oferecer aos usuários da rede azul algumas funcionalidades com as quais estavam acostumados.
Apesar da reação positiva do mercado, analistas do Wells Fargo (NYSE:WFC) não esperam um impacto significativo no curto prazo com o lançamento. Os analistas estimam que, quando estiver completamente estabelecido, o Threads poderá representar um impacto anualizado de 1 a 3% na receita e no lucro por ação.
Já os analistas do KeyBanc elevaram o preço-alvo do papel para US$ 335 por ação, contra os US$ 280 anteriores. Eles demonstraram otimismo com o lançamento do Threads, já que o aplicativo parece resolver vários dos problemas enfrentados hoje pelo Twitter.