De 1001 utilidades a 2,3 bilhões em dívidas

A venda da Bombril para o grupo italiano Cragnotti & Partners Capital Investments Brasil S.A., após a morte do seu fundador Roberto Ferreira, nos anos 90 para ter sujado o nome da famosa fabricante de produtos de limpeza e higiene doméstica.

A gestão do conglomerado, liderado pelo empresário Sérgio Cragnotti, adotou práticas financeiras arriscadas, incluindo a transferência de recursos para a compra de títulos da dívida americana e argentina, chamando a atenção da Receita Federal, que autuou a empresa em valores bilionários.

Após anos de disputas judiciais, os débitos continuaram afetando a estrutura financeira da Bombril, que em fevereiro, viu-se obrigada a ingressar com pedido de recuperação judicial.

Por ordem da 10ª Vara Cível de São Paulo, em 2002, a empresa já havia estado sob a supervisão de um administrador judicial, por descumprimentos dos compromissos assumidos na compra da empresa pela Cragnotti & Partners, denunciados por um dos herdeiros do fundador, que só retomou o controle companhia em 2006, após uma decisão da 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo. Desde então, a empresa tentou reorganizar suas finanças, mas o peso das dívidas deixadas pela antiga administração continuou comprometendo seu desempenho.

Com a recuperação judicial, que suspende todas as ações e execuções contra o Grupo Bombril, a companhia será capaz de manter a sua capacidade operacional e reestruturar adequadamente seu passivo, por meio de um processo célere e com o menor impacto possível aos direitos dos credores e às atividades operacionais. O risco de perder os processos representava uma ameaça aos bons resultados contábeis e expunha a companhia a riscos elevados, como a reavaliação da sua capacidade de pagamento por fornecedores e financiadores, e, no limite, a descontinuidade de relações comerciais e o vencimento antecipado de dívidas.

 

 

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