Copom aprova novo aumento da taxa Selic?

O Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou os juros básicos do Brasil em 1 ponto percentual na última quarta-feira (29), levando a taxa Selic a 13,25%. A decisão unânime dos nove membros do Copom já era esperada pelo mercado financeiro, uma vez que, em dezembro, o comitê avisou que poderia realizar mais duas elevações. A próxima reunião deve acontecer em março e a previsão é de que a taxa chegue 14,25%, atingindo 15% ao ano em junho, maior índice em quase 20 anos, levando o Brasil ao segundo lugar no ranking de maiores juros reais do mundo.

O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses. O líder do ranking é a Turquia, com taxa real de 13,33%.

As previsões têm por base informações do próprio Banco Central, que indicou aumentos seguidos na Selic. Mas o mercado prevê elevações além das sinalizadas pela instituição.

O comitê justificou a decisão dizendo que a inflação no Brasil está acima da meta e continua subindo. A projeção do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o índice oficial de inflação do país) está acima do limite definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que, com a margem de tolerância, varia entre 1,5% e 4,5%.

O Copom também mencionou as incertezas em relação às dúvidas sobre o ritmo da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que também se reuniu nesta quarta e decidiu manter a taxa básica de juros dos EUA no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano.

O aumento da taxa de juros encarece principalmente o crédito e os serviços financeiros. Ou seja, fica mais alto o custo dos empréstimos pessoais e para empresas, dos financiamentos imobiliários e para a compra de veículos.

Com isso, especialistas indicam mudanças na carteira de investimentos para focar no melhor retorno possível diante do atual ciclo de altas. A renda variável, que tem ações e fundos imobiliários (FIIs), perde atratividade no curto prazo, mas analistas se mostram otimistas ao focar nos preços atuais para investimentos longos. Enquanto isso, os títulos públicos e privados de renda fixa oferecem alta rentabilidade.

 

 

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