Setor de transportes vem enfrentando crises e recorre à recuperação judicial

O setor de transportes tem enfrentado quedas na receita e no volume de serviços, causando uma crise com impactos significativos.

As dificuldades enfrentadas pelas transportadoras abrangem desde desafios econômicos e de infraestrutura até questões relacionadas à mão de obra e segurança.

A falta de investimentos em infraestrutura, como estradas e portos e a má conservação das vias, dificultam o escoamento da produção e aumentam os custos operacionais. Despesas, como combustíveis e manutenção aumentam, reduzindo as margens de lucro, em uma demanda de serviços cada vez menor, reflexo da crise econômica, enfrentada como um todo no país. Além disso, o aumento dos roubos de carga gera prejuízos financeiros.

Com todos esses entraves, as empresas passaram a enfrentar uma escassez de mão de obra qualificada. Cada vez é mais difícil encontrar motoristas qualificados e a idade média da categoria tem aumentado, o que pode levar a problemas futuros de renovação da frota e disponibilidade de profissionais.

Neste cenário, um grande número de empresas deste segmento está recorrendo à recuperação judicial para superar as dificuldades financeiras e cumprir seus compromissos.

Confira algumas delas:
Transportadora Kniphoff - deferido em 22 de março de 2024
Expresso Leomar: empresa de Lajeado com dívidas de aproximadamente R$ 20 milhões
Transpires Transportes: processos em andamento.
Planalto Transportes: pedido de recuperação judicial como medida protetiva.
LFX Serviços e Transportes: empresa de Rondonópolis (MT) com dívidas de R$ 40 milhões.
Mercopampa Transportes Ltda: recuperação judicial deferida, com um passivo de mais de R$ 95 milhões.
Trans Isaak: dívidas de R$ 82 milhões.
São João Transportes e Encomendas Ltda e São João Transportes Razzera Ltda, Fritz Express e L. Schussler & CIA Empresa também solicitaram recuperação judicial.

Recentemente a tradicional empresa de transporte rodoviário Pluma Conforto e Turismo S/A, teve sua recuperação convolada em falência no judiciário de Curitiba e teve todas as suas operações de transporte oficialmente encerradas.

A crise no setor de transportes é um desafio complexo, mas com a adoção de medidas adequadas, como investimentos em infraestrutura, com modernização e manutenção das vias, a construção de novos portos e a melhoria da malha ferroviária são essenciais para otimizar o transporte de cargas e passageiros.

É também fundamental o incentivo à qualificação profissional, criação de programas de treinamento e valorização da mão de obra, como a capacitação de jovens e mulheres, para atrair novos talentos e reverter a escassez de motoristas.

O Estado também precisa intensificar a fiscalização, o investimento em tecnologias de segurança e a criação de rotas mais seguras podem reduzir os roubos de carga e aumentar a confiança no setor.

Por fim, a adoção de tecnologias como veículos elétricos e o desenvolvimento de soluções logísticas mais eficientes podem contribuir para a sustentabilidade e a redução de custos.

 

 

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