Desde a liberação da Internet no Brasil para uso comercial e privado, a comunicação nunca mais foi a mesma e impérios editoriais foram abalados, a medida que as publicações impressas passaram a ser substituídas pelos meios digitais.
Este foi o caso da Editora Três conhecida pelas revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, que desde 2020 passava pela sua segunda recuperação judicial e teve este processo convolado em falência, por não estar pagando créditos trabalhistas e quirografários, despesas correntes e os salários dos empregados atuais.
A empresa havia solicitado o fim da recuperação judicial, que foi rejeitado pelo juiz da 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo, Paulo Furtado de Oliveira. Como a Editora Três não conseguiu apresentar comprovantes de pagamento, nem prestar esclarecimentos quanto ao descumprimento das obrigações, a falência foi decretada.
Com uma dívida inicial que ultrapassava R$ 264 milhões, a ausência de pagamentos já havia gerado uma greve que perdurava há um mês. A publicação impressa das revistas Istoé e Istoé Dinheiro já havia sido encerrada em 24 janeiro.
Desde sua fundação, em 1972, a Três também chegou a publicar outros títulos já extintos. Entre eles estão as revistas Go Outside, Select, Bicycling, Status, Istoé 2016, Istoé Platinum, Runner's World, Women's Health, Hardcore e Planeta.
A primeira edição da revista Istoé foi publicada em 1976.
O site das publicações foi arrematado em 2022, em um leilão e assim, as duas revistas sobreviverão em meio digital, assim como a Revista Menu, Dinheiro Rural, Motorshow, Istoé Bem-Estar, Istoé Gente, Glow News, Istoé Mulher, Istoé Sua História, Istoé Esportes e Istoé Pet, sob o guarda-chuva da empresa Istoé.
A dívida acumulada pela empresa é de R$ 828 milhões, dos quais R$ 820 milhões em débitos tributários, R$ 7 milhões são de multas trabalhistas, R$ 451 mil de multas eleitorais e R$ 188 mil de débitos não tributários.