Essa é o lema da campanha do Setembro Amarelo de 2022, que direciona a atenção para a triste realidade que acomete, em sua grande maioria, jovens entre 15 e 29 anos. Enquanto dados estatísticos, praticamente 100% dos casos possuíam algum tipo de doença mental, o que leva a pensar que quando o diagnóstico, tratamento e intervenções são realizadas adequadamente e a tempo, muitas mortes estariam sendo evitadas.
Falar sobre suicídio ainda é um grande tabu, assim como falar sobre a morte também é. Não estamos preparados para vivenciar a experiência da morte, mesmo quando ela parece estar batendo na porta, existe esperança. Na minha concepção, esperança é a última coisa que pode ser retirada de uma pessoa, pode não restar mais nada, mas ela – a espera por dias melhores- permanece.
A morte não pode ser uma escolha na nossa sociedade. A morte deveria ser processo onde a leitura do que antes foi vivido torna-se mais simples, valores são repensados e o ser humano se encontra despido do que antes parecia tão imensamente relevante. Repito: morte deveria ser experiência e jamais escolha.
A quantidade de sofrimento de um ser humano que escolhe não ter mais sequer esperança não pode ser mensurada, talvez somente por aqueles que, em algum momento, não visualizaram qualquer outro caminho ou possibilidade.
Precisamos falar sobre a morte e o morrer enquanto processo de vida, assim como precisamos falar sobre suicídio enquanto diagnóstico precoce e tratamento, atuando na prevenção, atentando para os sintomas, desmitificando crenças, valorizando o ser humano por aquilo que é, desenvolvendo tolerância à frustração nas nossas crianças e compartilhando campanhas como a atual do Setembro Amarelo. Aprender a deixar que os processos da vida aconteçam na sua integralidade é também uma tarefa social.
Daniela Adami
CRP 07/12472
Psicóloga com Pós Graduação em Neuropsicologia
Terapia Cognitiva Comportamental
Terapia do Esquema